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sábado, 9 de novembro de 2013

Alguns escritores negros que marcaram a história da Literatura Brasileira



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Auta de Souza, a primeira mulher negra a destacar-se na Literatura Brasileira

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Escreveu um único volume de poemas,  "Horto", publicado em 1900, pouco antes de sua morte, com prefácio de Olavo Bilac. A  primeira edição esgotou-se em dois meses, ocorrendo fato análogo com a segunda edição, em 1911. Até o presente, quatro edições do "Horto", vieram a público - a terceira prefaciada por Alceu Amoroso Lima, em  1936, e a última, em 1970. Sua produção poética antes de se chamar "Horto", tinha o nome de  "Dálias". Todo o livro é impregnado do  sentimento cristão que sempre a inspirou. A mesma simplicidade, a mesma fé, a mesma  ternura que emanam dos versos escritos em  Espírito, pelas mãos de Francisco Cândido Xavier, podem ser identificados nos  poemas da autora encarnada.
Entre a lavra da  jovem enferma e a alma liberta, uma só diferença profundamente confortadora para  quantos buscam o confronto sem a exclusiva  preocupação de identificação do estilo - na existência física atormentada é a Ave Cativa, que canta seu anseio de  liberdade, o coração resignado que busca no Cristo o consolo das  bem-aventuranças prometidas aos aflitos da terra; além do túmulo é o pássaro liberto e feliz que, tornando ao ninho dos antigos infortúnios, vem trazer aos homens a mensagem de bondade e esperança, o apelo à Fé e à Caridade, indicando o rumo certo para a conquista da verdadeira vida.

Um momento para leitura:
  Jesus Contigo
 “Se tens fé, não te aflija a noite escura. Ao coração que a lágrima domina
Ele estende, amoroso, a mão divina e abre as portas da paz, risonha e pura;
Alivia a aspereza da amargura e sobre as trevas de miséria e ruína
Acende nova estrela matutina na esperança sublime que perdura.
Se a crença viva te dirige os passos sob a carícia de celestes braços,
Receberás o pão, a luz, o abrigo.. ama a cruz que te ampara e regenera
E, envolvendo-te em santa primavera, o Mestre Amado seguirá contigo.
Seguirá contigo...”

                                                                                                                                                                                                     GGN


Cruz e Sousa


Ah! Toda a Alma num cárcere anda presa, 
soluçando nas trevas, entre as grades 
do calabouço olhando imensidades, 
mares, estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza 
quando a alma entre grilhões as liberdades
sonha e sonhando, as imortalidades 
rasga no etéreo Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e fechadas 
nas prisões colossais e abandonadas, 
da Dor no calabouço, atroz, funéreo!

Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves 
para abrir-vos as portas do Mistério?
(PENSADOR. INFO)


Lima Barreto

Castro Alves

Machado de Assis

A canção do africano


Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no chão,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão ...


De um lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar...
E à meia voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde,
Talvez pra não o escutar!


"Minha terra é lá bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem!


"0 sol faz lá tudo em fogo,
Faz em brasa toda a areia;
Ninguém sabe como é belo
Ver de tarde a papa-ceia!


"Aquelas terras tão grandes,
Tão compridas como o mar,
Com suas poucas palmeiras
Dão vontade de pensar ...


"Lá todos vivem felizes,
Todos dançam no terreiro;
A gente lá não se vende
Como aqui, só por dinheiro".


O escravo calou a fala,
Porque na úmida sala
O fogo estava a apagar;
E a escrava acabou seu canto,
Pra não acordar com o pranto
O seu filhinho a sonhar!


............................


O escravo então foi deitar-se,
Pois tinha de levantar-se
Bem antes do sol nascer,
E se tardasse, coitado,
Teria de ser surrado,
Pois bastava escravo ser.


E a cativa desgraçada
Deita seu filho, calada,
E põe-se triste a beijá-lo,

Talvez temendo que o dono
Não viesse, em meio do sono,
De seus braços arrancá-lo!  
(PENSADOR. INFO)

Castro Alves





2 comentários:

  1. Ótima lembrança professora Valquíria! Lembrei de Auta de Souza, poetisa. Que nasceu em Macaíba, RN., em 1876 e, faleceu em 1901.

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  2. Obrigada pela sugestão. Essa lembrança tinha que ser sua: mulher e educadora sensível.

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